Foi-se agosto, e o gosto do sol já teve melhores dias. Setembro, que é para os franceses de Paris o mês da rentrée, assim quase um janeiro disfarçado, para homens da beira é marcado sobretudo pelo início do ano escolar, porque é mesmo o que de novo começa. De resto, nenhuma novidade, ninguém novo, tudo igual, cada pedra igual a si mesma.
Por incrível que pareça, é um mês, para mim, em que menos viagens faço. E, este ano, estou mesmo ansioso. Vou ter ocasião de viajar de expresso um dia por semana por motivos profissionais e... vantagem das vantagens vou cruzar-me com muitos migrantes, espero eu, que venham comigo na saída e me acompanhem no regresso...
Com a vénia ao autor, elegi pra banda sonora da viagem aquela velha "pelos caminhos portugal, eu vi tanta coisa linda, vi um mundo sem igual"! Se algum me quiser fazer companhia prometo levar duas coisas: poemas de Pessoa, e o resto descubrirão depois! Ahahahah..
De homem, para homem
terça-feira, 6 de setembro de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Em pleno verão, ao sol...
O verão é sem dúvida a estação do ano que mais me lava os olhos. É raro o dia que não cruzo o olhar com alguém, cujo cais de embarque desconheço, e me sinto assim... Como dizer?! Pronto, sinto-me feliz por ser homem! Desculpem se o eufemismo não foi melhor, mas todos percebem...
Aconteceu ainda à pouco, já depois de almoço, num trabalho que fui fazer, a um sítio onde ia frequentemente quando era pequeno. O tempo da viagem vai passando e dei por mim a distrair-me com meia dúzia de olhos inquietantes e, no mínimo, provocadores.
Certamente o meu olhar até passou despercebido, e não sei se os voltarei a cruzar, mas, confesso, dei por mim como no supermercado a tentar escolher qual havia de levar comigo. Eu prossegui viagem, e por entre a poeira do caminho, ficaram-se as sombras e as luzes que o sol de hoje me fez ver. Chegado a casa não pude resistir a pensar em como somos homens de contradições: ora queremos lugares ao sol, ora toalhas de praia onde corpos se mostrem, lascivos, tórridos, escaldantes, a pedir que lhes tirem o que deixa entrever a pouca roupa da estação.
Se bem que vou prosseguir viagem, falta coragem para vencer a solidão, para convidar companhia, para interpelar tantos olhos que se cruzam... Uns mortos por amor, outros mortos por amar.
Próxima paragem: uma esplanada para beber algo fresco, que até o ar me falta com tantas brasas e tanto calor!!!!
Aconteceu ainda à pouco, já depois de almoço, num trabalho que fui fazer, a um sítio onde ia frequentemente quando era pequeno. O tempo da viagem vai passando e dei por mim a distrair-me com meia dúzia de olhos inquietantes e, no mínimo, provocadores.
Certamente o meu olhar até passou despercebido, e não sei se os voltarei a cruzar, mas, confesso, dei por mim como no supermercado a tentar escolher qual havia de levar comigo. Eu prossegui viagem, e por entre a poeira do caminho, ficaram-se as sombras e as luzes que o sol de hoje me fez ver. Chegado a casa não pude resistir a pensar em como somos homens de contradições: ora queremos lugares ao sol, ora toalhas de praia onde corpos se mostrem, lascivos, tórridos, escaldantes, a pedir que lhes tirem o que deixa entrever a pouca roupa da estação.
Se bem que vou prosseguir viagem, falta coragem para vencer a solidão, para convidar companhia, para interpelar tantos olhos que se cruzam... Uns mortos por amor, outros mortos por amar.
Próxima paragem: uma esplanada para beber algo fresco, que até o ar me falta com tantas brasas e tanto calor!!!!
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Passaporte... Sem destino!
Quem quiser sair por aí e conhecer mundo precisa, entre outras coisas, de um passaporte. Foi assim que se convencionou há muito tempo, e dai o galicismo da palavra. Hoje, embora sem nenhum destino em vista, decidi que um cidadão do mundo, como eu próprio, não podia pretender ser viajante sem esse documento que, entre nós, habitantes do fim da Europa, e do princípio do Atlântico, é, actualmente, conhecido por PEP(Passaporte electrónico português). E vai já na sua segunda edição. Dúvidas houvesse sobre a entidade emissora, e ficaram desfeitas: ainda são os velhinhos governos civis, mesmo sem governador, neste caso, que continuam a assegurar aquilo que a comunicação social tinha dito que passaria a ser da competência das conservatórias.
Entre um não sabemos o que nos vai acontecer, e um olhe lá para a câmera, confirme os dados e assine, lá coloquei os indicadores, os dedos claro, na máquina e completei dessa forma o pedido de um passaporte comum, sem pressas nem outros serviços especiais, que deve estar pronto daqui a 6 dias.
Então espero poder-me sentir realizado e começar a saltitar fronteiras mais longínquas, para lá do meu quintal, ou de uns quantos provocadores que bem eu queria que, mesmo sem passaporte, passeassem a minha fronteira. Entretanto estou à espera do meu PEP comum. Não precisa de ser muito especial, basta que queira partilhar a viagem comigo.
Entre um não sabemos o que nos vai acontecer, e um olhe lá para a câmera, confirme os dados e assine, lá coloquei os indicadores, os dedos claro, na máquina e completei dessa forma o pedido de um passaporte comum, sem pressas nem outros serviços especiais, que deve estar pronto daqui a 6 dias.
Então espero poder-me sentir realizado e começar a saltitar fronteiras mais longínquas, para lá do meu quintal, ou de uns quantos provocadores que bem eu queria que, mesmo sem passaporte, passeassem a minha fronteira. Entretanto estou à espera do meu PEP comum. Não precisa de ser muito especial, basta que queira partilhar a viagem comigo.
De um homem, para Homens
A blogosfera está inundada de pessoas que exprimem o que pensam, que escrevem o que de outra forma não diriam ao mundo. Uns porque escrevem melhor do que falam, outros porque lhes falta lugar para falar, outros porque preferem falar para muitos dos que viajam atrás de ecrãs. Porque na viagem da vida, embora não viajemos sozinhos, às vezes, parece que o bilhete que nos calhou, teima em nos "apartar" dos outros. Talvez em busca de um companheiro de viagem, talvez apenas para partilhar o que vai acontecendo nos apeadeiros da vida, quem sabe porque de outra forma não teria todas as condições para me fazer ouvir, começo esta viagem através das linhas de um caderno sem folhas, sem caneta, na esperança de partilhar com outros este álbum de recortes da minha jovem existência.
Um homem, uma profissão, uma vocação, sonhos em projecto: para aqueles, ou aquelas, que se sintam sozinhos na viagem, que queiram partilhar o lugar que têm, ou simplesmente admirem o que pode acontecer na vida.
Boa viagem, bem vindos ao comboio que é de todos, com um bilhete que é o meu!
Um homem, uma profissão, uma vocação, sonhos em projecto: para aqueles, ou aquelas, que se sintam sozinhos na viagem, que queiram partilhar o lugar que têm, ou simplesmente admirem o que pode acontecer na vida.
Boa viagem, bem vindos ao comboio que é de todos, com um bilhete que é o meu!
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